11.1.06

Um dia em minha vida.


Noite... As cenas se desenrolaram de forma única e inesquecível. Uma experiência que ficará para sempre dentro de mim, com a certeza de que não será possível viver as sensações novamente. O caminhar dos instantes não foram rápidos, porém não consigo explicar em detalhes...A decisão foi minha de massagear seus pés, cansados de uma viagem longa. Depois disso, pedi a você se não haveria problema em fazer o mesmo em suas costas, se eu podia suspender a camiseta.. E vi o triângulo de tronco e cintura, liso e levemente bronzeado. Cena linda...mas fiz o máximo para tirar esse pensamento de minha cabeça. Você estava ali, deitado... e eu, massageando tranquila e calmamente suas costas.. Vi que adormecera.... Apaguei as luzes deixando a sala a meia luz e fiquei quieta ouvindo a música.... A sensação era de paz e serenidade.. Notei a sua respiração alterada em alguns momentos antes, mas isso não me fez perceber ou antecipar o desenrolar do que estava por vir. Você acorda devagar e aninha a cabeça em meu colo, e assim ficamos muito tempo... carinhos de camaradagem, de cuidado... eu no seu rosto e tronco e vc em minhas costas e braços. Eram carinhos doces e leves, cheios de ternura. De repente, num momento, passando os dedos pelo seu rosto, você segura-os e mordisca parte deles devagar. Confesso que minha respiração chegou a parar por um lapso de segundo. E não ousei pensar nisso, pois queria passar por uma experiência única, mas não queria ser invasiva. Você precisava decidir. Você precisava tomar atitudes. Devagar, - pois penso que também não estava exatamente processando o que estava acontecendo e as sensações que sentíamos - apoiou-se em um dos braços e com a outra mão, segura minha cabeça e beija calma, longa e demoradamente minha boca. Fiquei estática, com um turbilhão de pensamentos na cabeça e um batimento desritmado no coração. Eu e você ali, já não estávamos presentes de cabeça.... era o sentir que começou a falar por nós... Começamos a descobrir o que nossos carinhos faziam em um, em outro, juntos e em separado. Nâo ficou parte de meu corpo sem ser tocada e descoberta. Não ficou parte de seu corpo sem ser tocada e descoberta. O tato era cuidadoso, como se nossos corpos, fossem terrenos perigosos, com a sensação de quem explora o desconhecido. Gemidos, suspiros, ora respirávamos ofegantes, ora nos entrregávamos ao toque. Sem pressa, sem hora... sem tempo e espaço. E assim ficamos brincando de nos descobrir... Beijos calmos, ora fortes, demonstrando o desejo que sentíamos. Não conseguíamos falar um com o outro... As palavras tornaram-se desnecessárias, quase como que se falássemos, o encanto seria quebrado, daqueles momentos e sensações... A docilidade dos toques eram alternadas com a selvageria de nossos movimentos, incitando um ao outro, o que há de mais instintivo dentro de nossa carne. Movimentos fortes, circulares, de apoio de nossos corpos um no outro, querendo que as poucas roupas que restaram, se rompessem para que sentíssemos nossas peles em nossos corpos. A sua mão corria por mim, como a tocar um instrumento raro, e escorregava dentro de mim, sentindo a água que me escorria.. Pude ouvir a sua respiração, e o seu coração bater descompassado. Deixei que você comandasse a música e o instrumento dos sons... Entreguei-me às suas mãos, como uma oferenda.... Sentia o corpo tão quente, que ansiava por você.... desesperadamente. Mas sabia que não estávamos ainda preparados para isso... Contive-me. Explorei seu corpo todo com a boca, até livrar-te das poucas roupas que te cobriam. Quase em agonia, em meio a sussuros, você me apertava junto ao seu corpo, com a sensação também de oferta... de doação.... Entregou-se a meus carinhos.... minha boca te teve, e pude sentir seu gosto, seu cheiro, sua textura, no que há de mais masculino em um homem.... Pude sentir em minha boca, e em minhas mãos, o maior presente que pode haver para uma mulher... o gozo vindo com gemidos e um coração descompassado. Ficamos ali abraçados..... ordenando nosso pensamento, e não conseguíamos deixar de nos acariciar.... Os abraços eram de um misto de coisas: alegria, agradecimento. Esta noite foi especial para ambos... Queria dormir exausta e aninhada em seus braços... Queria acordar pela manhã e começar tudo de novo. Você foi levantando e ajudei você a se vestir.... a hora da saída estava próxima.... Vontade imensa de agarrar-me a ti e não deixá-lo sair... Você pediu que não te condenasse por nada, e eu disse que não poderia fazer isso... Abri a porta e te vi caminhando se afastando pela rua. Minha tranquilidade ia caminhando com você afastando-se de mim. Fechei a porta, como separando esses dois mundos...o santo e o profano. Não queria me separar de você e nem deixá-lo sozinho, pois certamente vários pensamentos, como tomaram a mim, tomariam por certo a sua mente. Mas uma coisa é fato. Ficamos marcados em nossas vidas. Como uma marca feita a ferro. Pra sempre. A madrugada terminava... e a luz do dia, de verdade me assustava. Tudo seria simples, a não ser a dificuldade que teria de olhar para você de novo, que não sei quando vai acontecer. Poderia ter sido uma noite comum, como vários amantes tem.... Mas não... Foi uma noite mágica., pelo fato da sua escolha pessoal pela fé e o celibato.
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