Sanatorinho

Na era da revolução digital, num dia de samba nos ouvidos e muito papo e muita melher junto, claro que nada muito ortodoxo poderia sair. Mas a noite foi tão divertida, que valeu a pena e de hoje em diante vou começar a entender o jeito verde de ser. Ou tentar ao menos. Em meio a brindes, muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuitas gargalhadas, muitas conversas que sinceramente não poderia colocar aqui no blog, porque alguns leitores, ficariam C H O C A D O S, com tamanho desprendimento feminino. Mas o importante é a capacidade que temos de rir das coisas. Das menos divertidas, às mais divertidas. O espírito da " guadalupe", que incorpora em mim às vezes, ou pra ser mais sincera, quase que diariamente, enxergou uma situação que rendeu lágrimas, enormes gargalhadas e que vou dividir com vocês.
Um belo dia lá longe, todas nós, amigas, estaremos entrando juntas e formosas, no sanatório. Eu, Senhora Justine, (calma, calma leitores.. Senhora pela idade...rs..) lá com meus 70 e alguns e minhas partners na mesma idade, lindas e velhotas, nas nossas respectivas cadeiras de rodas ( pq fala sério, não vai dar pra ficar em pé nas sandalinhas de salto 15), eu na minha cadeira pink, cheia de balagandãs, Senhora Mandonna em sua cadeirinha toda cheia de borboletas ( as das tatoos a uma época dessa, já estarão com as asinhas fechadas), e Fofíssima em sua cadeirinha clean, preta, discretíssima e fashion. Nas nossas cabeças com perucas, a minha loiríssima, cheia de reflexos, Man com outra toda ruiva e poderosa, e Fofíssima no seu modelito curto elegantíssimo. Começa o dia no Sanatorinho, e eu toda sorrisos, pra todos, quando o dia amanhece, abro os olhos e digo: Bom dia SOL!! e saio cumprimentando um a um exatamente TODOS do lugar, chamando todos pelo nome. Man, começa a chamar atenção dos funcionários, porque as coisas não estão exatamente no devido lugar, e na mesa do café, esbraveja que a anta da sua enfermeira, não parou a cadeira a 45 graus à esquerda como devia. Todos os pezinhos pintados, adornados e divinamente lindos. Fofíssima, organizada com todas as nossas amigas, no mesmo sanatorinho, começa organizar a festança e lá pelas tantas do café, é um tal de nós, "mocinhas", passando a mão nos traseiros dos enfermeiros médicos e afins. Todos os dias mil atividades, baladas, festas, bagunças, cervejas e ordem acima de tudo. porque afinal de contas tudo seria organizado com o maior esmero.
Me pego pensando se nos deixariam permanecer ali, e penso que sim.... pelo menos faríamos a vida dessas pessoas muito divertida, contando nossas histórias. Muitas, eles achariam que estávamos esclerosadas, porque sinceramente, não poderia ser possível. Mas nós saberíamos que seriam. e continuaríamos a dar as mesmas gargalhadas e a passar madrugadas deliciosas, falando as coisas coisas da vida e brindando a amizade.