20.12.05

O RASO pra mim é...


Achei tão lindo, tão lindo que considerem saídas as palavras dessa mãozinha...

Raso pra mim é a inconstância.
É não pertencer a alguém para ser de todos um pouco.
É definir quanto será esse pouco ou muito.
É controlar a situação do corpo, do coração.
As pessoas recebem só o que se querem dar.
Assim não se corre riscos, não se será roubado, não se sofrerá.
É não permitir que ninguém avance no limite permitido e se o fizer pode-se recuar, mas nunca "cair".
Tendo em mente que uma ferida pequena fecha mais rápido.
Assim se protege sem se secar , alimentado pela ração artificial de sucessivos envolvimento de algum modo amorosos.
Efêmeros, rasos. Às vezes simultâneos, múltiplos.
A comida industrial, mecânica, manterá a fome na dosagem exata.
Não se comer mais um pão, mas desfrutar da variada oferta de pequenas migalhas.
Aos montes. Viver no "raso" pra mim é se proteger e não se queimar .
Não expor a pele às temperaturas superiores da paixão. Não arder.
Não espalhar fagulhas, não incendiar.
Mantendo assim a chama quieta e domesticada.
Com o tempo o "raso" fará incapazes de acreditar numa declaração de amor.
As migalhas. Menores e pulverizadas.
Não aplacam mas aliviam.
Não quero aliviar-me, a vida deve ter outro sentido que não esse.
Por isso tenho feito um repensar constante nos valores que tinha e tenho, e ainda mesmo que menos sonhadora e muito mais racional, as migalhas não me satisfazem.
E o "raso" não combina com alguém que adora mergulhos.
Mesmo que esses ja não sejam de cabeça em aguas desconhecidas.

Por volúpia

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