9.1.06

Começo

Paro em frente ao endereço que me deu e espero... Noite, rua tranquila, a certeza de que você está muito perto... Um frio na barriga, esse que sempre aparece quando sei que serei surpreendida, pois você nunca é previsível com os nossos desejos...
A saia curta, o salto alto, o decote profundo, viraram meu uniforme predileto, porque te agrada e encanta...
Frio... Um pouco de frio e de ansiedade...
Me distraio e deparo com você me olhando, com um olhar de deleite e aquele brilho no olhar que conheço tanto, quando vc deixa se levar pelo desejo.... de brincar com o brinquedo...
Desce do carro e sério me dix: Confia em mim? Respondo num murmúrio: Confio.
Você abre a porta traseira, que está com o encosto do banco abaixado.... me diz pra ajoelhar ali e busco alguma coisa na rua que possa chamar atenção.... Ninguém, nem pessoas e tampouco carros...
Você me algema as mãos, me venda e manda que eu entre no porta malas do carro.... Olho-te meio perdida, e encantada, obedeço.
Ajeito-me como posso, espaço suficiente para que me acomode de corpo, porém o espírito está na maior bagunça... Uma sensação de imobilidade e de tensão, misturado com desejo, medo, proibido, tento adivinhar o que essa sua cabeça prepara... O carro anda por muito tempo.... e de quando em quando, algumas paradas no caminho para que você veja se está tudo bem comigo....
Paramos o carro..... ouço o silêncio da noite, as luzes da lua, e o som de meu coração descompassado... Não conseguiria explicar o que sente uma submissa numa situação assim....
Você me carrega nos braços, e diz baixinho, não quero ouvir perguntas...
Aguço os ouvidos, uma vez que meu tato e minha visão me foram tirados... O olfato denuncia seu cheiro, que gosto tanto...
Solta-me as algemas e me prende de pé..... com as mãos pro alto... Te sinto caminhar ao meu redor e observar.... Sinto que me observas.... E me assusto, quando com precisão e a ajuda de uma lâmina, me tira a roupa com firmeza e sem violência...
Me diz: Vou tirar as coisas do carro.... Fico ali, tentando me ambientar a um local que não faço a menor idéia de onde seja....
Você volta e diz que a decoração do local está linda.... Que a pele branca, contrasta com o ambiente.... Sinto cheiro de insenso e o estalar de madeira queimando..... O frio começa a passar... Ouço seus passos caminhando, o barulho do chuveiro e tremo, quando ouço o cintilar da fivela do seu cinto... Sem tempo de perceber o seu caminhar, sinto em minha carne o estalar do couro, como acontece sempre quando você se livra de seu cinto, pra sentir-se em casa e relaxado...
Você começa a me dizer o que deseja que eu faça, durante o final de semana.... como me portar.... o que fazer, as regras do dia e tudo o mais que acha importante, que eu registro em minha mente como um bloco de notas virtual. Sinto e percebo, que terei que aprender rápido o que deseja, pois conheço seu tom de voz... E me diz, que tudo nesse fim de semana será definitivo para ambos, sem maiores explicações...
Sinto pequenos beliscões por todo o corpo e percebo pela dor e pela forma de aplicar que são pregadores, talvez dúzias deles, colocados em mim, estrategicamente... Me pergunta se quero água.. Digo que sim... Você segura minha nuca e me dá um copo com água... bebo... e vc sarcasticamente pousa o copo no chão, em baixo de meu sexo, e diz.... quando eu voltar do meu banho, quero cheio pela metade.....PUTA....e me faz lamber seus dedos molhados do meu próprio tesão...
Ouço o barulho do chuveiro...
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